Um fireball foi avistado cruzando o céu do interior do estado de São Paulo nesta noite de terça-feira, 15 de dezembro. A rocha espacial entrou na atmosfera da Terra às 21h35min BRT, quando foi capturada pelas câmeras das estações RCP3, RCP4 e CRP1, localizadas nas cidades de Nhandeara e Indiaporã, ambas em SP e por outras 5 câmeras do Clima ao Vivo em São Paulo e Paraná. Confira o vídeo:

A Bramon possui outras câmeras que poderiam ter capturado o fenômeno, mas por conta das células de tempestade localizadas próximas ao local do meteoro naquele momento, muitas delas estavam desligadas por segurança. Mas graças a excelente cobertura da BRAMON e Clima ao vivo nessa região, foi possível registrar o meteoro a partir das cidades onde não haviam tantas nuvens. 

Na hora certa, fotografando o lugar certo

A 280 km de distância, o fotógrafo e astrônomo amador André Casagrande fez um belíssimo registro da passagem desse meteoro. André estava em Primeiro de Maio, no Norte do Paraná, e no momento em que a bola de fogo cruzou o céu de São Paulo, ele estava justamente fotografando o céu, exatamente na direção onde o meteoro ocorreu. E o resultado dessa coincidência não poderia ser melhor: um fantástico registro do momento em que o meteoro iluminou o céu estrelado, com uma bela paisagem do interior paranaense em primeiro plano.

Passagem do meteoro fotografada a partir de Primeiro de Maio, Norte do Paraná – Créditos: André Casagrande

Trajetória

As análises preliminares indicam que a rocha espacial atingiu a atmosfera da Terra num ângulo de 18,6° em relação ao solo, a uma velocidade de 13,52 km/s (34,4 mil km/h). Tornou-se visível a 60,8 km de altitude, próximo à divisa entre Minas Gerais, São Paulo e Mato Grosso do Sul. Seguiu na direção leste por 11,6 segundos, até desaparecer a uma altitude aproximada de 25,3 km a sudoeste do município de Votuporanga, em SP. 

Trajetória do meteoro na atmosfera – Créditos: BRAMON

Em seu ápice, o meteoro ainda chegou a -9,5 na escala de magnitude, usada na astronomia para medir o brilho dos objetos celestes. O número em si indica que foi bem luminoso, cerca de 100 vezes mais brilhante que o planeta Vênus. Meteoros mais luminosos que Vênus também são chamados de “fireballs” ou “bolas de fogo”.

A Bramon continuará o trabalho para refinar ainda mais os dados e torná-los mais precisos. Se você viu esse ou outro meteoro, mante seu relato para bramon.imo.net. 

Texto por: Alexsandro Mota