Cometas: uma breve história parte II

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Copérnico lança as bases do sistema heliocêntrico em 1543. Galileu (1564-1642) sustenta seus estudos a partir daí. E introduziu, em 1609, o uso da luneta como ferramenta astronômica. Kepler (1571-1630), por sua vez, formula as leis do movimento orbital entre 1609 e 1619.Tudo isto aconteceu ao mesmo tempo que que os cometas ganhavam, em definitivo, seu posto de objetos verdadeiramente espaciais.

Kepler conseguiu observar vários cometas durante sua vida. Com isso, buscava entender o movimento deles. A crença era que os cometas moviam-se em linhas retas. Foi Hevelius(1611-1687) quem trouxe alguma luz ao entendimento das órbitas cometárias. Tudo ficou registrado no seu Cometographia, de 1668.

Hevelius introduz a ideia de órbitas em parábolas. Assim, os cometas somente teriam uma aproximação no sistema solar interno e depois não seriam mais vistos. Na verdade, Hevelius não estava totalmente errado. Estava até bem perto da solução. Mas foi necessário esperar as contribuições de Isaac Newton (1643-1727) algumas décadas depois.

Newton foi muito encorajado e até mesmo recebeu ajuda financeira de um amigo. E bebendo da fonte de Kepler e Galileu, confecciona e publica o “Principia” (Philosophiae naturalis principia mathematica) em 1687. Texto onde expõe o princípio da gravitação universal.

Esse amigo, que tanto ajudou Newton, era Edmond Halley(1656-1742).

Newton pôde calcular a órbita do Grande cometa de 1680, usando as novas ferramentas matemáticas que criara. Os cálculos se encaixavam nas observações. Assim, Halley decidiu utilizar a nova teoria de Newton para ampliar os estudos de cometas. E assim o fez.

Visão artística do Grande cometa de 1680. Verschuier.

Aplicou os novos cálculos para muitos cometas, alguns que ele mesmo tinha observado em vida e outros que estavam em antigos registros. Com isso, notou que alguns cometas possuíam muitas similaridades orbitais. por exemplo, o cometa de 1682 era muito parecido com outros dois cometas, vistos em 1607 e 1531. Um dos méritos de Halley foi sugerir que os cometas poderiam ter aparições periódicas. Estariam eles se movendo em longas elipses e não em parábolas, fazendo com que o cometa de 1682 retornasse em 1758/1759. Halley morreu antes de ver sua previsão se confirmar. Mas muitas outras pessoas puderam testemunhar a reaparição do cometa. Atestavam as conjecturas de Halley e a assertividade de Newton sobre a Teoria da Gravitação.

Diagrama com sugestão orbital para o cometa de 1680.

     As buscas ao cometa iniciaram-se cedo, ainda em 1757. Mas somente em 25 de dezembro de 1758 (115º aniversário de nascimento de Isaac Newton) ele foi avistado por um fazendeiro alemão chamado Johannes Palitzsch. O cometa foi batizado com o Nome de Halley, sendo classificado como 1P (primeiro identificado como periódico).

A aplicação da teoria de Newton e a acurácia da mesma, abriu a possibilidade de ampliação dos estudos dos movimentos orbitais. Outros corpos passaram a ser estudados com maior precisão.

Quando tivéssemos tecnologias suficientemente robustas será que poderíamos colocar alguns objetos em orbitas determinadas?

A resposta viria alguns séculos depois. Mas, naquele momento, outras questões envolvendo o Universo e os cometas eram mais urgentes.

A noção de periodicidade dos cometas começou a dar lampejos de ideias sobre a periodicidade das chuvas de meteoros… É o que veremos no próximo post deste série sobre cometa.

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Cometas: uma breve história Parte I

 

Imagens sob domínio público. Licença: CC3.0. Edição: Lauriston Trindade

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