Bramon na mídia: Registrado fenômeno raro

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Um fenômeno meteorológico raro foi registrado de uma estação caseira em Goiânia, pelo analista de sistemas e pesquisador Carlos Augusto di Petro, membro da Brazilian Meteor Observation Network (Bramon). Na madrugada de quarta-feira, ele capturou, de sua residência, a ocorrência de sprites no céu de Brasília (DF), durante uma forte tempestade que caiu sobre o Distrito Federal. O fenômeno é provocado por descargas elétricas e, dificilmente, pode ser visto a olho nu (veja quadro). Os estudos sobre os sprites são bem recentes – no Brasil, segundo Petro, as primeiras pesquisas datam de 2007, quando foram registradas as primeiras ocorrências – e, embora muitas dúvidas ainda permaneçam sem respostas, alguns detalhes têm surgido desde que a existência do fenômeno foi confirmada, em 1989.

“Os sprites são como flashes; muito rápidos, duram milissegundos”, afirma o pesquisador, lembrando ter registrado a ocorrência de alguns sprites no mês passado, no mesmo local, em Brasília. “É um fenômeno que acontece quase no espaço, por isso, dificilmente é visto. Eles vão para a alta atmosfera e liberam uma enorme quantidade de energia, maior do que a que há nos relâmpagos comuns”, acrescenta. Segundo Petro, o primeiro registro de sprites, no mundo, ocorreu de forma casual, em imagem feita de um balão, na estratosfera.

O aparelho utilizado pelo analista de sistemas, para a captura das imagens, foi uma câmera de segurança, abastecida com um software especial. “Ela tem uma sensibilidade luminosa mais alta, que utilizamos também para a captura de imagem de meteoros. Não é um aparato científico complexo; custa na faixa de 400 reais”, explica, destacando que a sua estação, no Parque Amazônia, na capital, é a única em Goiás.

Estações caseiras

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“Estamos em busca de parceiros para aumentar essa rede no Estado. Qualquer pessoa que quiser pode se unir a nós, nessa pesquisa científica única no Brasil. Goiás é um lugar privilegiado nesse sentido, por suas características; quanto mais câmeras tivermos, melhor. E maior o valor científico desse trabalho”, completa. De acordo com Carlos Augusto di Petro, a contribuição poderá ajudar a responder algumas perguntas sobre os sprites: ainda não se sabe se o fenômeno, com toda a sua alta descarga, é prejudicial à aviação, nem se afeta os aparelhos elétricos de alguma maneira. Mais informações sobre a Bramon podem ser acessadas pelo Facebook: https://www.facebook.com/groups/bramon/permalink/744539165624334/.

Estudos científicos internacionais realizados sobre os sprites, segundo o site especializado HypeScience (http://hypescience.com), apontam que eles também podem afetar o clima, alterando as condições na atmosfera da Terra, mas os cientistas ainda não sabem a escala dos efeitos que causam. São muitos os processos químicos e físicos por trás do fenômeno. Conforme afirmam os pesquisadores, ainda não está claro o que exatamente ocorre em um sprite, e por que existem diferentes tipos deles.

Estação espacial

O que se pode dizer, atualmente, é que sprites vermelhos podem correr para o alto e chegar ao espaço, até 96 quilômetros acima da Terra. Os astronautas a bordo da Estação Espacial Internacional capturaram um deles, em câmera, em 2012. As mechas vermelhas de um sprite também descem até a estratosfera, a cerca de 25 a 32 quilômetros acima da superfície da Terra. Eles parecem mais brilhantes de 65 a 72 quilômetros de altitude.

Outro dado: a maioria das grandes tempestades provavelmente produz alguns sprites, e algumas podem produzir muitos. Eles são provavelmente mais comuns do que as pessoas pensam, mas são muito difíceis de ver, uma vez que estão acima das nuvens.

Fonte: O Popular

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